Resiliência
No último dia 08 de junho, aconteceu a abertura da Vª Odisseia de Literatura Fantástica. Um momento especialíssimo por muitas razões mas, sobretudo, porque provou a força e o interesse de quem produz e lê Literatura Fantástica no Brasil. Depois de três anos de ausência, o evento voltou com força total, recebendo não apenas autores de todo o Brasil, mas, inclusive, do exterior, na figura de Thomas Olde Huelvet, premiado autor holandês, que veio ao Brasil para o lançamento de seu romance “Hex“ (ed. Darkside).
Inúmeras bancas de vendas de livros marcaram a presença de editoras e distribuidoras profissionais, o que para mim demonstra a força da Odisseia. Apesar de que alguns observadores indicam uma forte retração no mercado editorial em 2017, e, inclusive, sustentar um olhar pessimista, afirmando que não há um mercado constituído para a Literatura Fantástica Brasileira, eventos como a Odisseia parecem determinados em romper com essa visão e marcar presença na vida cultural do país. Frente à crise econômica, que se intensifica, e política, que congela cada vez mais as decisões governamentais, autores, leitores e editores se encontram em eventos como estes dispostos a fazer a carroça avançar, nem que seja aos trancos e barrancos. Todos com quem falei parecem disposto a fazer as coisas acontecerem, a despeito do que passa pelo restante do país. Pode ser que ainda não tenhamos o cenário literário como queremos, mas, apesar dos ires e vires – que afinal de contas são o normal na vida – ganhamos muito nas últimas décadas e conseguimos criar uma cena cultural onde muitas coisas acontecem.
Pessoalmente falando, dois momentos foram muito especiais. O primeiro foi a homenagem póstuma a Max Mallman, autor gaúcho, Douglas Quinta Reis, editor paulista, e Mustafá Ali Kanso, escritor e divulgador da Literatura Fantástica Brasileira. E o segundo momento é esse que até agora perdura no meu coração: receber o Troféu Odisseia 2018, oferecido pela comissão organizadora, pelos anos de trabalho e as obras publicadas no gênero. É muito difícil expressar o que senti: se a cada Odisseia me via premiada com a realização de um sonho (ver a Literatura Fantástica Brasileira sendo celebrada em tom maior), receber esse prêmio das mãos de César Alcázar me puxou o tapete e conseguiu me emocionar muito. Senti ao mesmo tempo um “tapinha nas costas” e um chamado à responsabilidade: está na hora de voltar com seriedade ao teclado do computador e colocar para fora algumas das histórias que andam apenas rodeando a minha cabeça.
Foram três dias de celebração. Três dias de muita conversa, troca de ideias, observações críticas e abraços, autógrafos, carinho. Dizer “obrigada Odisseia” é muito pouco, mas é o denominador comum do que me vai pela alma: gratidão pela escritora que eu sou e pela leitora que sempre serei.
- Abertura do evento com a voz emocionada de Duda Falcão
- Patrícia Langlois, presidente do Instituto Estadual do Livro, representando o Governo do Estado
- O palco grande demais para mim e muita emoção (foto: Patrícia Langlois)
- Christopher Kastensmidt entrevistando Thomas Olde Huelvet, autor de “Hex”
- Muita emoção nessa hora.
- À minha direita, Fernando Moraes e Christopher Kastensmidt, pouco depois da cerimônia de entrega do Troféu Odisseia 2018 (foto: Fernando Moraes)
- Todo mundo queria tirar foto com Thomas OIde Huelvet
- Eu também!
- Primeira mesa da tarde de sábado
- Mesa com Andriolli Costa, Lauro Kociuba, Ricardo Santos, mediado por Nikelen Witter
- Com André Cordenonzi, premiado autor de Santa Maria
- Dartagnan que se cuide.
- Devorando um biscoito na companhia de Francisco Botelho e Christian Davi
- Kati, da banca dos independentes. A calma e a competência juntas na mesma pessoa incansável
- Roberta, dando uma de livreira. Grande companhia!
- A banca da Bandeira do Elefante e da Arara
- Da esquerda para a direita: Ian Frazer com seu “pacotinho” de livros, Lauro Kociuba, eu e Felipe Castilhos
- Autógrafo improvisado
- O pessoal circulando pela feira de livros
- Pousando para foto no Hotel Praça da Matriz, um hotel pequeno no tamanho e enorme no charme, junto à Praça da Matriz, em Porto Alegre
Como eu queria ter estado lá! A Odisseia é atualmente a festa máxima do fantástico brasileiro. Vamos fazer o possível para mantê-la, quem sabe replicá-la em outros lugares.